Apesar de já estarmos acostumados a ouvir casos de invasão de computadores praticados por “hackers”, a maioria destes ataques são, na verdade, realizadas pelos crackers. Atualmente a mídia eletrônica e audiovisual está utilizando o termo correto porque hacker transformou-se em uma profissão.
Os crackers são indivíduos que utilizam seu conhecimento para invadir computadores e roubar informações sigilosas. Geralmente essas informações são vendidas ou utilizadas para aplicar golpes na Internet ou até mesmo para derrubar empresas concorrentes.
Já o hacker é um indivíduo que utiliza seu conhecimento para testar os recursos de segurança instalados em sistemas, pode ser particular ou sistemas na empresa. Imagine a seguinte situação: Você criou uma loja virtual para a sua empresa. É necessário testar este novo recurso para verificar se pode comprar sem verificar o número do cartão. Você testa a loja comprando e verificando o pagamento realizado. No mundo virtual o trabalho de um hacker é similar ao teste da loja. Após a instalação de um controle de segurança, o hacker tenta realizar uma invasão ao sistema protegido para verificar se o controle de segurança foi instalado e configurado de forma correta. O hacker nunca invade um sistema com o intuito de causar danos.
O hacker é uma pessoa que tem um perfil autodidata. A maior parte das pessoas acreditam que o hacker tem uma formação técnica. Ou seja, trata-se de uma pessoa que participou de cursos de graduação na área de tecnologia da informação ou formou-se em algum curso técnico relacionado a alguma tecnologia. Isso não é verdade! Por exemplo, o iPhone (smartphone desenvolvido pela Apple) foi lançado em 2007. Na época do seu lançamento a tecnologia foi considerada inovadora. A principio, só era possível utilizar a função de aparelho celular do iPhone em conjunto com a operadora AT&T nos Estados Unidos. O aparelho estava bloqueado para funcionar em outros países, incluindo o Brasil. Pouco tempo após o lançamento, o iPhone foi desbloqueado por brasileiros. Os responsáveis pelo desbloqueio não aprenderam na faculdade ou em cursos técnicos como desbloquear o iPhone. Isso ocorre porque os cursos não conseguem acompanhar o avanço da tecnologia.
O mercado reconhece o profissional rotulado como Hacker Ético pelo número de palestras que ministra, pelo número de artigos que publica, pelo número de cursos que ministra e pelo número de certificações obtidas. No meu ponto de vista as certificações são títulos exigidos pela sociedade. Na prática, o que diferencia o profissional é a sua capacidade de resolver problemas e interagir com a comunidade.
Existem equipes de Hackers Éticos nas instituições financeiras para testar a segurança dos recursos implementados no ambiente computacional do banco e na tecnologia de internet banking. Essas equipes são formadas por 3 ou mais profissionais. Todos os testes são gerenciados pelos profissionais responsáveis pelo sistema alvo. Ou seja, estamos falando de uma atividade interdepartamental. Isso ocorre porque um dos objetivos dos testes é verificar se o recurso disponibilizado pelo banco atende as leis, normas e boas práticas do mercado financeiro. Participam dos testes profissionais do departamento jurídico, recursos humanos, relações institucionais, marketing, tecnologia da informação, qualidade, etc.